O ouvido é o órgão da instrução e o homem rege-se pela capacidade de ouvir - Aristóteles

O homem é o único animal que sente ritmo e responde à música. A linguagem e a música são fontes de comunicação primordiais e, hoje, é possível saber e ver de que forma o cérebro se modifica em resposta à música. Enquanto que não se consegue distinguir através de imagens feitas ao cérebro, se é um cérebro de um escritor ou de um jornalista, facilmente se sabe quando é de um músico - devido às estruturas ampliadas. (Oliver Sacks)
A música e a forma como com ela interagimos, é objecto de estudo na área das ciências neurológicas. Dirigida à forma como pode desenvolver melhor qualidade de vida para o ser humano, a capacidade biológica de moldagem ou plasticidade, está intrinsicamente ligada à capacidade de adaptação por parte do ser. Tal verifica-se por exemplo a nível da expressão génica como resposta a alterações do meio, determinando a capacidade de um organismo se adaptar, sobreviver e reproduzir. A nível neurológico, a neuroplasticidade é a capacidade de um tecido nervoso cerebral se adaptar a uma nova realidade de ação. Cada nova actividade gera novos circuitos neuronais para que a realização de uma nova tarefa seja mais eficiente. O cérebro retém e armazena informação, ou seja, memoriza todos os mecanismos nervosos necessários para agir. A plasticidade cerebral está intimamente ligada à música: a realização repetida de expressão musical dá lugar a alterações de funcionamento na estrutura do cérebro, alterando e construindo velhas e novas ligações neuronais. ​Supõe-se que a música pode activar o córtex visual, talvez pela tentativa por parte do cérebro de construir uma imagem visual da música, desencadeando ações motoras que nos levam a bater o pé ou a abanar a anca.